SINOPSE: Para se proteger do levante dos trabalhadores da fazenda de sua família, uma reclusa estilista se enclausura em seu carro blindado. Mesmo separados por uma camada impenetrável de vidro, o conflito é inevitável.
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CRÍTICA: POR EDUARDO CARLI / A CASA DE VIDRO
O Brasil dos proprietários e o Brasil dos despossuídos viverão para sempre apartados pelos muros de um apartheid não declarado – eis o sonho vão das classes possidentes. A plutocracia defende-se com carros blindados, condomínios fechados e seguranças privados armados, e assim os ricaços pretendem usufruir de seus privilégios dentro de seus bunkers. Lá fora, a ralé que se foda – e caso se insurja, uma das polícias militares mais truculentas e mortíferas do planeta tratará de pô-los em seu devido lugar, o da submissão ou da cova.
Destruindo tal fantasia de apartamento, é com insistente recorrência que ocorrem no Brasil as insurreições dos oprimidos e despossuídos, que sempre dão as caras em nosso país tão obscenamente desigual, apesar de todo o aparato de repressão militar incrustado em nossas estruturas sociais para manter os enclaves de Bélgica mesclados com os bantustões similares aos dos intocáveis da Índia (recupero aqui a famosa proposta de Edmar Bacha nos anos 1970 sobre a Ditadura Militar e a criação da “Belíndia” no território do Brasil).
Seria ingenuidade demais acreditar que esta revolta de baixo pra cima, estas insurreições bottom up, fossem se realizar de maneira pacífica, ordenada e moralmente indefectível. Não se rompe com a violência estrutural através de cânticos de paz e com ações que o confortável moralista de cátedra pode aprovar com seus paradigmas kantianos. A luta de classes não é nenhum picnic – e toda propriedade que é privilégio excludente tem seu preço. Às vezes pago em sangue. Para Proudhon, “a propriedade é um roubo” – o que talvez seja um petardo exagerado, que peca por excessiva generalização, saída da pena de um anarquista hiperbólico; o que não dá pra negar é que a propriedade de uns é sim despossesão de outros, e de que os roubados não costumam aceitar quietos esta injusta partilha.
Já está a todo gás a onda pós-Bacurau do cinema pernambucano: Propriedade, segundo filme de Daniel Bandeira (que estreou em longa-metragem com Amigos de Risco, de 2007), se enraíza no mesmo solo geográfico e estético que dominava o filme de Kleber Mendonça e Juliano Dornelles (leia em A Casa de Vidro: “Não Seremos Varridos do Mapa”). Segundo Bandeira, a trama de Propriedade foi pensada “em uma realidade brasileira ligada à escravidão – a antiga e a 2.0 da nossa relação predatória de trabalho.” [1] (Entrevista ao Cineset)
Trabalhadores de uma fazenda vivem em condições análogas à escravidão – submetidos a uma forma da Dividocracia em que não recebem salários, mas sim moradia elementar, alimentação básica e microcrédito, tornando-se assim neo-escravos que para além de fornecerem mão-de-obra baratíssima contraem impagáveis dívidas com o patrão. Estes neo-escravizados do Brasil de Bolsonaro, presos nas engrenagens de um agrobiz que perdeu qualquer veleidade humanista e abraçou a extrema-direita e seu führer de estimação, ficam sabendo que a fazenda foi vendida e ali será construído um hotel de luxo. Que vazem dali, mas que antes paguem suas dívidas, caso contrário seus documentos ficarão retidos. Insubmissos, os trabalhadores decidem confrontar o patronato ruralista. Também estão interessadíssimos nos conteúdos do cofre que o patrão e a patroa possuem na fazenda.
Quando a revista francesa Cahiers du Cinema estampou Bacurau em sua capa como emblema do “Brasil de Bolsonaro”, acertou em cheio neste vínculo entre arte e política como algo essencial para uma leitura profícua das obras-primas que Pernambuco vem ofertando ao Brasil e ao mundo: “Seguindo a ideologia da conquista do Oeste, Bacurau reorienta a energia vingativa e agradável do western tomando por alvo a América do capitalismo devorador e do fascismo rastejante”, escreveu Camille Bui na Cahiers [2].
A repercussão poderosa de Bacurau é inegável em novas produções, sobretudo pernambucanas, que também expressam outras facetas dos tétricos anos em que o país esteve sendo desgovernado por um psicopata extremista, saudosista da ditadura militar, fã do Ustra e que conduziu mais de 700.000 brasileiros ao status de defuntos com sua criminosa gestão da pandemia de covid19. Propriedade, lançado em 2022, portanto antes do início do mandato Lula 3, é mais uma prova de que a arte fílmica brasileira reagiu ao bolsofascismo com thrillers terroríficos de tremer a espinha e que dão muito a pensar sobre a sociologia de nossa insanidade.
Como escreveu Carlos Alberto Mattos, “Propriedade é mais um potente filme pernambucano a dramatizar as heranças escravagistas e colonialistas brasileiras, levando a luta de classes a uma literalidade hiperbólica. A participação de Pedro Sotero, o diretor de fotografia de Bacurau, não é o único ponto em comum (…). Há também uma disposição para combinar a crítica social com os elementos do thriller quase terrorífico, o que sugere ainda um parentesco com os filmes do estadunidense Jordan Peele.” [3]
Com pitadas de Quentin Tarantino em sua Kill Billesca cena final, a obra conduz o terror brasileiro a dar novos passos rumo a tornar-se algo sui generis no panorama do terror global – como Medusa, de Anita Rocha da Silveira, já havia feito através de uma “distopia terrivelmente evangélica”. Desprovido de sobrenaturalidade, esta emergente estética de “terror materialista-dialético” elege a luta de classes como principal motor das ocorrências terrificantes e da proliferação da ultra-violência.
A vilania – a disposição para o derramamento do sangue alheio – aqui é dividida entre a classe proprietária, capitalista-vampiresca, que quer gozar privilégios em bunkers, meter riquezas em cofres e viver apartada das ralés que explora, e a classe espoliada, tornada miserável e violenta-reativa tanto na área rural quanto na cidade grande. O filme inicia-se em Recife e vemos uma cabeça de sequestrador explodindo num vídeo de celular, e logo se move para a Fazenda Cavalcanti, onde vemos emergir de novo esta estética-Pernambucana Bacurauesca, com seu tropismo cangaceiro, apontando para o poder de irrupção, feito lava vulcânica, da rebedia dos “de baixo”.
Tanto Bacurau quanto Propriedade mostram a violência em ambos os lados da barricada; sem contar lorotas otimistas sobre o tamanho da sanha genocida dos “de cima” quando decidem se vingar dos que ousaram, lá embaixo,usar de violência como meio para a consecução de alguma justiça. Falar “dos de cima” e dos “de baixo”, nesta sociedade piramidal, é também falar de minoria numérica na elite e maioria numérica num povo, de modo que a força dos de baixo está também em sua quantidade, assim como seu grande desafio histórico é do de forjar unidade na diversidade. A classe “dos de baixo”, os que estão na base explorada da pirâmide, visa sim ao valor da justiça, mas com frequência, como os filmes mostram, esta é uma justiça empobrecida e ensanguentada por tão frequentemente parecer-se mais com a vingança do que com qualquer conquista sacramentada pelo direito, conquistada pelo diálogo, pela diplomacia, pelo consenso. Justiça atroz para tempos atrozes.
ALERTA DE SPOILERS A SEGUIR
Em uma de suas cenas mais fortes, vemos a aterrorizada esposa do fazendeiro correndo rumo a seu carro blindado, para ali trancar-se, enquanto atrás é perseguida… por uma criança. Quando a dondoca Tereza bate a porta do carro com toda a força, esmagando os dedos do menino, ela sela seu destino fatal. Sem anestesia, os trabalhadores fora do carro, diante dos gritos de supliciado da criança com os dedos presos nas engenagens da porta, descrentes de que a mulher se apiedaria diante dos gritos do pequeno, resolvem realizar uma amputação. Aquela mão infantil pregada ao carro blindado fornece um dos emblemas mais fortes do filme.
Esta cena também enseja estes comentários: Propriedade tem vários elementos de um certo “cinema de gênero”, sobretudo o thriller ultra-violento, mas aqui aproximando-se do horror corporal transposto para o tema da luta-de-classes, algo que marca o cinema de Cronenberg (sobretudo em Cosmópolis) e Ostlung (principalmente em Triângulo da Tristeza). Mas Propriedade é também uma obra sociológica. Cabe a nós, críticos, avaliar o mérito da sociologia que o filme veicula, mas não me parece válido negar que uma generosa dose de sociologia nos é entregue aqui. Segundo Inácio Araújo, em sua crítica para a Folha de São Paulo em que concedeu 5 estrelas (nota máxima) ao filme, a obra “brilha ao dar vida aos fantasmas da escravatura” [4].
Concordo que a persistência de formas de escravatura está aqui no cerne da abordagem sociológica do filme, mas não sei se fantasmas é de fato uma boa palavra – Propriedade é de alta concretude, não é uma obra espectral ou fantasmática. Não se trata da assombração de uma escravatura pregressa, mas da presença de uma escravatura atual.
O filme também enraíza sua sociologia englobando a questão dos agrotóxicos, ao eleger, entre a ralé oprimida da fazenda, como a figura que primeiro se transforma em “psicopata” homicida, justamente o jovem traumatizado pelos venenos eufemisticamente chamados de fitossanitários.
A música também marca presença de maneira irônica com os Novos Baianos e seu verso “Não se assuste, pessoa…” (“Se eu lhe disser que a vida é boa”). É o verso inaugural de “Dê Um Rolê” que o fazendeiro programa no computador-de-bordo de seu carrão como a frase que faz ligar o motor da máquina ultra hi-tech. Numa era pós-chave, onde tudo são captchas e senhas digitais, reconhecimento facial e de voz, agora o carro liga com a voz do dono ou dona dizendo uma senha pré-gravada.
Desatenta, ou demasiado mergulhada no afeto do medo, a mulher não salva qual a senha – até mesmo porquê a canção, cujo refrão diz “eu sou amor da cabeça aos pés”, provalvemente não é muito apreciada por uma personagem que é temor da cabeça aos pés. Ela acaba transformada numa Jodie Foster do sertão pernambucano, presa numa versão do Quarto do Pânico que David Fincher e sua atriz principal retrataram no notável thriller Panic Room.
Só que o quarto-do-pânico aqui é o carro blindado, que não liga no momento oportuno e portanto não sai do lugar; o carro também servirá como uma cabine cinematográfica de onde ela observa, lá fora, a movimentação revoltosa e suas atrocidades desordenadas.
Dentro deste bunker sobre rodas, ela é também testemunha ocular de atrocidades que só fazem aumentar seu pânico e sua indisponibilidade total ao diálogo. Ela inclusive testemunha como seu marido, o fazendeiro, já todo fodido pelas agressões sofridas, termina de ser morto por uma intervenção disruptiva do Pai daquele rapaz emudecido pelos agrotóxicos que havia cometido os primeiros episódios homicidas. A pernambucana bacuralidade atinge aqui níveis extremos com as famosas últimas palavras dele, antes de morrer, que ela, por uma soma de leitura labial e das memórias de quando eles saíram do Recife, enfim decifra: a senha “Não se assuste, pessoa!” é-lhe entregue justamente na cena extremamente aterrorizante onde ela testemunha a morte do marido.
O filme ironiza a presença pervasiva das novas tecnologias em nossas vidas, enfatizando o abismo entre o avanço tecnológico e nossa ética interpressoal ainda emperrada em um estado semi-neandertal (58 milhões de eleitores votaram em Bolsonaro com smartphones nos bolsos, quer exemplo mais eloquente?). Entre 2018 e 2023, pudemos nos estarrecer de montão com o fato de que temos smartphones avançadíssimos mas muitos o utilizam pra ficar consumindo e disseminando fake news bolsofascista e memes idióticos. Em Propriedade, assassinato que a Patroa perpetra contra o assassino de seu marido é logo filmado com celular e colocado no zap da ralé; a informação se espalha instantaneamente; e isto que também sela o destino funesto da ricaça. Também é tragicômico o modo como ela, sem sinal de celular, tenta fabricar uma antena usando o pacote de batatas chips. A guerra de classes também envolve batalhas de comunicação – cortar o sinal do “inimigo de classe” faz parte desta luta de classes em sentido expandido e ao qual a midiologia também fornece armas importantíssimas.
Muito longe de conter qualquer pedagogia do diálogo, ou de ensinar caminhos para soluções diplomáticas, o filme é o raio-X de um Brasil onde a conversa colapsa e o sangue corre em grandes cataratas. Pra Robledo Milani, escrevendo em Papo de Cinema, eis um fator que prejudica a obra: “segue-se em um crescente que afasta a possibilidade de entendimento e diálogo, como se a agressão e o descontrole fossem os únicos caminhos possíveis. Beirando o sadismo em muitas das opções elaboradas, tem-se um filme indeciso em apenas retratar o estado doentio de uma sociedade ou desempenhar seu papel como agente transformador, algo ao qual a arte deveria almejar como ambição maior.” [5]
De fato, o filme é desprovido de horizonte utópico. A fazenda é um enclave distópico onde a luta de classes vai aos mais extremos deslimites, sem possibilidade alguma de reconciliação. Propriedade, portanto, é também sintoma e aponta pouquíssimos caminhos de cura. Cinema sem redenção e que alguns podem sentir como beirando o niilismo. Isto é sintoma também da época em que foi feito – sintoma do que o Brasil tornou-se durante os 4 anos da insânia promovida e viralizada pelo bolsonarismo.
O cinema brasileiro do período histórico que agora se inicia com Lula 3, ainda muito incipiente para que possamos avaliá-lo, certamente trará outra sintomática social, e alguns raios de utopismo certamente irão se espraiar em nossas telas. Bacurau e Propriedade expressam um país – Le Brésil de Bolsonaro, como disse a Cahiers na edição supracitada – onde o extremismo viralizou e qualquer veleidade de diálogo ou diplomacia foi afogada em sangue. Um país onde o círculo vicioso de violência, ao invés de ser resolvido, foi exacerbado. Um país onde psicopatas homicidas moravam dentro do Palácio do Planalto e trabalhavam no Senado e na Câmara Federal, e onde uma psicose homicida, com farto acesso a facilitadas armas-de-fogo, também se espraiava entre os despossuídos de tudo – inclusive de qualquer agência ética legítima. Os soldados rasos do Bolsonarismo, sedentos por fálidos revólveres, posando de machos pois não ficavam de mimimi com a “gripezinha”, muitos deles hoje são defuntos.
Se Propriedade falha em algo, me parece, é em despolitizar a insurreição dos de baixo ao jamais vinculá-la a nenhum movimento social organizado, a nenhuma proposta, seja revolucionária ou reformista, de transformação do Brasil que seja encampada por algo como o MST ou o maoísmo chinês ou indiano. Há revolta, mas desorganizada. Há violência, mas muito mais vingativa do que revolucionária. Há insurreição acéfala, sem líder nem vanguarda, o que talvez vá desagradar a muitos espectadores que participam de movimentos cidadãos organizados.
O filme termina, assim como Bacurau, deixando a platéia esperando por uma sequência – e nesta imaginária continuação, neste Propriedade 2, já se pressente a fúria das classes proprietárias em devir genocida: novos carros vão chegando, novos proprietários vem aí…
Quando os oprimidos se recusam a se submeter ao apartheid e à lógica do bunker, e se levantam violentamente contra aquilo que os confina e os despossui, os proprietários com frequência se transformam em mandantes de morte em massa da comunidade insubmissa. O karma se alimenta com o combustível dos ressentimentos. O círculo vicioso ganha momentum. O pesadelo do real segue seu curso insano. Neste sem-saída de um Brasil dilacerado, Propriedade inventa seu terror acabrunhante e impacta-nos com esta pedrada estética. Mas 2023 pôde nos provar que saídas existem, inclusive pelas urnas (apesar de suas limitações intrínsecas), e o triunfo do lulismo aponta também para a ruptura de velhos círculos viciosos dos quais só sairemos com ampla redistribuição de renda, com desmantelamento de neo-escravaturas, com freios estatais nos agrobusiness agrotóxicos, e por aí vai.
Penso ainda que este eletrizante e sanguinolento filme de Daniel Bandeira serve também para repensar a fundo o curso de nossa banalizada carrolatria: no Brasil, como em tantos outros países, fazemos do automóvel individual um ídolo, um símbolo de status, um sonho de consumo; e dá-lhe combustível fóssil nos tanques de gasolina e diesel; e dá-lhe stress e treta no trânsito; e dá-lhe acidentes e atropelamentos; e dá-lhe buzinação e outras poluições sonoras. O próprio lulismo não é alheio a esta idolatria da indústria automobilística e às vezes há um populismo de esquerda que promete um futuro melhor na forma de todo cidadão tendo um carro e podendo comer picanha aos domingos. Acho isto um equívoco tremendo.
O carro blindado é o cúmulo desta lógica carrólatra, do privilégio individual, do bunker sobre rodas, do apocalipse climatizado dentro duma gaiola de vidro e ferro. Ao invés de pensar alternativas para a mobilidade, como ciclovias e bicicletas que estejam integradas a um transporte público bem organizado, como nos Países Baixos se faz com tanta maestria, seguimos investindo na senda desvairada dos carros com motor de combustão interna como monarcas da metrópole. Fracassamos em aprender com Amsterdam ou Utrecht caminhos mais saudáveis para nos movermos por nossas metrópoles que, de tanta carrolatria, tornam-se engarrafadas, poluídas e repletas de patologias psíquicas-emocionais vinculadas às nossas gaiolas sobre rodas, que isolam e apartam enquanto nos fazem atravessar estressadas as distâncias da city.
Um dos prazeres um pouco sádicos que o espectador de Propriedade acessa é o de ver o proprietário do carro blindado, com ar condicionado, se fodendo legal dentro de sua confortável prisão sobre rodas; confesso que me rejubilei com a orgia de destruição que vemos em tela. É um guilty pleasure, mas é tão prazeroso: a ilusão de segurança, construída com a barreira anti-balas, colapsa diante da potência insurrecional dos revoltosos que, com a força de seus corpos e também a aliança dos touros, conduz o privilégio enbunkerizado para um enclave distópico onde será marretado, queimado e finalmente enterrado.
Ainda que lide com a angústia já muito utilizada na arte de horror – a de ser enterrado vivo – que já marcou obras de Edgar Allan Poe a Quentin Tarantino, aqui o caixão é outro. E isso faz toda a diferença: o próprio carro blindado é construído como símbolo de um ataúde com um defunto privilegiado. No caixão-carro, no bunker-sobre-rodas, termina mal a desventura da proprietária que, recusando-se terminantemente ao diálogo, obcecada com seu pânico, quis manter-se sempre à parte. É como se os despossuídos lhe dissessem, com a pedagogia de seus atos, nesta fazenda transformada em teatro da crueldade: a tua lógica do pânico, do cofre e do apartheid não merece nada além disto – ser violentamente enterrada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BANDEIRA, Daniel. URL: https://www.cineset.com.br/entrevista-daniel-bandeira-matapi-2023/
[2] BUI, Camille. In: Cahiers Du Cinema. URL: https://vermelho.org.br/prosa-poesia-arte/leia-a-integra-da-critica-da-revista-cahiers-du-cinema-sobre-bacurau/
[3] MATTOS, C. A. A Barreira de Vidro. 2023. URL: https://carmattos.com/2023/12/22/a-barreira-de-vidro/
[4] ARAÚJO, Inácio. In: Folha De S. Paulo, 2023. URL: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/12/filme-propriedade-brilha-ao-dar-vida-aos-fantasmas-da-escravatura.shtml
[5] MILANI, R. Propriedade (Crítica). In: Papo de Cinema. URL: https://www.papodecinema.com.br/filmes/propriedade/
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— A Casa de Vidro (@acasadevidro) March 15, 2024
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Publicado em: 15/03/24
De autoria: Eduardo Carli de Moraes
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